top of page
  • Foto do escritorEmmanuel do Valle

Manchester United 1989-90: Quando os Red Devils foram do inferno ao céu


Com Ferguson à frente, o elenco do Manchester United no início da temporada 1989-90.

Reforços caros decepcionando, ídolos dispensados, turbulência na diretoria, goleada histórica para o maior rival, eliminação vexatória numa das copas e um treinador pressionado: um certo Alex Ferguson. Assim começou para o Manchester United a temporada 1989-90 – que terminaria com seu primeiro troféu em cinco anos e a formação de uma boa base para começar a empilhar troféus pela década seguinte adentro.


Período de importância crucial para redefinir a trajetória dos Red Devils e a carreira do técnico escocês dentro do clube, aquela temporada é um capítulo imprescindível de ser contado para se tentar entender o reposicionamento do Manchester United como potência dentro do futebol inglês (e europeu) a partir da era Premier League. É o que contaremos em detalhes a partir de agora.


O SEXTO CANDIDATO


Treinador que levou o Aberdeen a desafiar – e superar – o duopólio Celtic-Rangers na Escócia na primeira metade dos anos 80, Alex Ferguson chegara ao United em novembro de 1986, depois de ter comandado interinamente a seleção escocesa na Copa do Mundo do México, no lugar do lendário Jock Stein, falecido durante as Eliminatórias. Era a sexta aposta do clube para reconquistar o Campeonato Inglês desde a retirada de Sir Matt Busby, nome fundamental na história dos mancunianos, no fim dos anos 1960 (descontado um rápido retorno do velho mestre em 1970).


O antecessor de Ferguson havia sido Ron Atkinson, treinador ambicioso que fizera ótimo trabalho no West Bromwich Albion antes de aportar em Old Trafford em 1981. “Big Ron” conquistara duas FA Cups (em 1983 e 1985) e parecia encaminhar o fim do jejum na liga, que vinha desde 1967, no início da temporada 1985-86, quando o United venceu seus dez primeiros jogos e ocupou a liderança por boa parte da campanha – até desmoronar após a lesão de seu capitão Bryan Robson, que deslocou o ombro.


Quando Ferguson foi chamado para seu lugar, logo no início da temporada seguinte, a situação já era outra: o United ocupava a zona de rebaixamento. Em sua primeira campanha, o escocês conseguiu contornar a situação, levando o clube ao 11º lugar. E no ano seguinte, chegaria ao vice-campeonato, ainda que nove pontos atrás de um Liverpool arrasador. Mas em 1988-89, quando se esperava que continuasse a progredir e enfim voltasse a levantar títulos, a equipe decepcionou com um desempenho irregular, repetindo o 11º posto.


O elenco naqueles meados de 1989 dispunha de um bom número de jogadores experientes, como o goleiro escocês Jim Leighton (ex-jogador de Ferguson no Aberdeen), o lateral-direito Viv Anderson, o defensor Mike Duxbury, o zagueiro Steve Bruce, o meia e capitão Bryan Robson e os atacantes Mark Hughes e Brian McClair. Mas ainda assim o treinador acharia por bem promover uma revolução, com muitas dispensas e – principalmente – muitas contratações.


O ELENCO CHACOALHADO


Mike Phelan e Neil Webb, os dois primeiros reforços trazidos por Ferguson para a temporada.

Na pré-temporada, Ferguson pagou £750 mil pelo meia Mike Phelan (Norwich) e £1,5 milhão pelo armador Neil Webb (Nottingham Forest). Até o fim de setembro, com o campeonato já em andamento, desembolsaria ainda £1 milhão pelo volante Paul Ince (West Ham) mais £1,2 milhão pelo ponteiro Danny Wallace (Southampton) e – depois de falhar em trazer o sueco Glenn Hysén, da Fiorentina (que acabou no Liverpool) – nada menos que £2,3 milhões pelo zagueiro Gary Pallister (Middlesbrough), na maior transação entre clubes ingleses até então.


Por outro lado, a porta de saída era mostrada a nomes emblemáticos do clube naquela década e com os quais a torcida se identificava. Na temporada anterior, já haviam partido o zagueiro irlandês Kevin Moran, transferido sem custos para o Sporting Gijón, e o meia-direita escocês Gordon Strachan (outro ex-jogador de Ferguson no Aberdeen), que descera à segunda divisão para atuar pelo Leeds. Agora era a vez do defensor irlandês Paul McGrath seguir para o Aston Villa e do meia-atacante norte-irlandês Norman Whiteside, que vinha sofrendo com lesões, tomar o rumo do Everton.


O (QUASE) NOVO DONO


Uma outra mudança, ainda mais profunda, esteve para acontecer, mas acabou abortada. Em 19 de agosto, momentos antes do pontapé inicial para o jogo contra o Arsenal, o primeiro daquela temporada, a torcida foi apresentada a um novo nome: Michael Knighton. Embora trajasse agasalho e uniforme dos Red Devils, fizesse embaixadinhas e saudasse os torcedores após chutar para as redes, não se tratava de um novo jogador. Era o (quase) novo acionista majoritário do clube.


Reforço? Michael Knighton saúda os torcedores em Old Trafford.

Na véspera, Knighton havia acertado a compra das ações de Martin Edwards, então o homem mais poderoso da diretoria, por £10 milhões em dinheiro vivo mais outros £10 milhões na forma de investimentos em reformas no estádio. Depois de apresentado, porém, Knighton passou a ser impiedosamente ridicularizado pela imprensa – em especial pelo Daily Mirror, cujo dono, o magnata das comunicações Robert Maxwell, havia tido sua ambição de comprar o clube frustrada anos antes. Bombardeado com especulações sobre suas reais intenções, o executivo desistiria da oferta no início de outubro.


Naquele 19 de agosto, porém, a apresentação amalucada de Knighton não foi a única a confundir as expectativas dos torcedores do Manchester United: o time fez excelente atuação e goleou o Arsenal, atual campeão, por 4 a 1, com direito a um golaço de voleio do recém-contratado Neil Webb, e já iniciou na ponta da tabela. Foi um caso clássico de alarme falso: depois de empatar com o Crystal Palace em 1 a 1, o clube perdeu os três jogos seguintes para o Derby (2 a 0), o Norwich (2 a 0 em Old Trafford) e o Everton (3 a 2).


INFERNO ASTRAL


Gary Pallister, a contratação mais cara do futebol inglês de então.

A derrota em casa para o Norwich marcou a estreia de Pallister. Foi um desastre: o novo jogador mais caro do país cometeu um pênalti e marcou um gol contra, sendo apontado como responsável direto pelo revés. Enquanto isso, o dispensado Paul McGrath cumpria grandes atuações no centro da defesa do Aston Villa, sensação do campeonato, e recebia o prêmio de melhor jogador naquele primeiro mês de temporada. A torcida já não escondia sua fúria. Mas o inferno astral dos Diabos Vermelhos estava só começando.


Uma semana depois da derrota para o Norwich, Neil Webb sofreu ruptura do tendão de Aquiles no empate em 0 a 0 da seleção inglesa com a Suécia em Wembley, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, e seria desfalque certo por pelo menos seis meses. Além dele, seu parceiro no centro do meio-campo e capitão do time Bryan Robson também se viu às voltas com lesões, assim como o zagueiro Steve Bruce. Foi o que fez Ferguson sair em busca de Paul Ince.


Paul Ince: negociação complicada.

A transferência envolvendo o volante do West Ham foi das mais problemáticas. Para começar, ele provocou a ira dos torcedores dos Hammers ao se deixar fotografar com a camisa do Manchester United antes da negociação ser concluída. Sua não-aprovação no exame médico em Old Trafford para fechar o contrato só piorou as coisas. Ferguson insistiu, e o negócio acabou acertado, mas não sem receber críticas: além do dinheiro pago à vista, o contrato previa o pagamento de £ 5 mil ao clube londrino por cada jogo de Ince no United pelos próximos cinco anos.


O PIOR PERÍODO NA LIGA


Depois de todo o imbróglio, a estreia de Paul Ince até que foi recompensadora: o time recebeu o Millwall, então ocupando uma surpreendente liderança ao lado do Liverpool, e goleou por 5 a 1, com hat-trick de Mark Hughes, no dia 16 de setembro. Mas uma semana depois, no derby diante do Manchester City, viria um dos momentos mais humilhantes para o clube nas últimas décadas: sem Webb, Robson e Bruce, o time foi goleado pelos mesmos 5 a 1 que impusera ao adversário anterior, num jogo muito tumultuado em Maine Road.



No fim de outubro, em outra atuação desastrosa, o time deu adeus de maneira precoce à Copa da Liga: o Tottenham de Gary Lineker e Paul Gascoigne venceu como quis, fazendo 3 a 0 sem ter trabalho dentro de Old Trafford. Por outro lado, naquele momento o time parecia ensaiar uma recuperação na liga, com quatro vitórias em cinco jogos que o alavancaram do 17º ao nono lugar. Outro alarme falso: o empate sem gols em casa com o Chelsea em 25 de novembro daria início a uma espantosa sequência sem triunfos.


Em seguida o time perdeu para o Arsenal em Highbury (1 a 0), para o Crystal Palace (2 a 1) e para o Tottenham, de novo (1 a 0), em Old Trafford. Em Anfield, conseguiu segurar um 0 a 0 com o Liverpool, mas na rodada de Boxing Day foi atropelado pelo Aston Villa (3 a 0) em Birmingham. Terminou o ano de 1989 empatando com o Wimbledon (2 a 2 fora de casa) e adentrou 1990 também parando em uma igualdade: 0 a 0 com o Queens Park Rangers em seus domínios. A briga pelo título já estava fora de cogitação.


Nos dois outros jogos em janeiro pela liga, mais duas derrotas: 2 a 1 para o Derby em Old Trafford e outro 2 a 0 para o Norwich, agora em Carrow Road, trazendo o time novamente para o 17º posto, o primeiro acima da zona de rebaixamento. E fevereiro começaria com um empate em 1 a 1 no clássico diante do Manchester City, mas desta vez em casa. O jejum de 11 partidas sem vencer só terminou no dia 10, ao bater o Millwall, fora de casa, por 2 a 1.


COMEÇANDO A VER UMA LUZ


Curiosamente, foi bem no meio desta crise de resultados ruins pela liga que o que seria a tábua de salvação da temporada começou a ser lapidada. No dia 7 de janeiro, o United estrearia na FA Cup sem muito o que comemorar no sorteio, que lhe reservara o indigesto Nottingham Forest no City Ground como primeiro adversário. Desfalcado de Bryan Robson e Paul Ince, o técnico Alex Ferguson recuou o atacante escocês Brian McClair para o meio e promoveu a entrada do jovem Mark Robins ao lado de Mark Hughes como dupla de frente.


Embora Martin Edwards sempre tenha negado as especulações, corria na época o forte rumor de que uma eliminação naquela fase – bem provável diante de um time do Forest que acumulara uma tradição copeira recente – certamente representaria a demissão de treinador, que já não contava com o beneplácito da torcida (era chamado de “gastador”) após pouco mais de três anos no cargo. No início da temporada, Howard Kendall, ex-Everton, já havia sido sondado.


Naquela noite no City Ground, o jogo foi para o intervalo sem gols e com a vaga em aberto. Até os 11 minutos, quando o lateral-esquerdo Lee Martin impediu a saída da bola e entregou a Mark Hughes na meia-esquerda. O camisa 10 então alçou para a área de trivela, e o garoto Mark Robins, 22 anos, esticou-se para alcança-la de cabeça, antecipando-se à marcação de Stuart Pearce e pegando o goleiro Steve Sutton no contrapé para selar a vitória crucial para o Manchester United. E para Ferguson.



Ainda naquele mês de janeiro, o United avançaria mais uma etapa na FA Cup, ao bater fora de casa o Hereford, da quarta divisão, por um magro 1 a 0, gol do lateral Clayton Blackmore a quatro minutos do fim. E em meados de fevereiro seria a vez de enfrentar o Newcastle no St. James’ Park pela quinta fase, equivalente às oitavas de final, e vencer por 3 a 2 num jogo que foi uma verdadeira prova de fogo para os comandados de Alex Ferguson.


Mark Robins apareceu outra vez abrindo o placar para os Red Devils ao cabecear para as redes no primeiro tempo. Na etapa final, os Magpies empataram num pênalti, mas Danny Wallace, num chute quase sem ângulo, recolocou os mancunianos na frente. Os alvinegros tornaram a igualar o marcador num lance de falta clara no goleiro Jim Leighton, ignorada pelo árbitro. Mas a 13 minutos do fim, Brian McClair deu a vitória e a vaga aos visitantes.


Nas quartas, o Manchester United voltou a atuar fora de casa, agora contra o Sheffield United, que conquistaria o acesso à elite naquela temporada. Depois de suportar a pressão do time da casa na primeira metade da etapa inicial, os Red Devils chegaram ao gol num escanteio, quando Brian McClair pegou o próprio rebote de uma cabeçada no travessão e fuzilou para as redes, levando a equipe às semifinais pela primeira vez desde 1985.


SAINDO DO SUFOCO NA LIGA


Na liga, por outro lado, as coisas teimavam em não prosperar. A vitória sobre o Millwall que pôs fim ao jejum de triunfos não representou de imediato uma reação na tabela, e o time perdeu três dos cinco jogos seguintes, incluindo um 2 a 1 para o Liverpool em Old Trafford. O United ocupava então a 16ª colocação, apenas dois pontos acima da zona de degola. Pressionado, o time resolveu reagir. E novamente contou com Mark Robins.


Foram quatro vitórias nos quatro jogos seguintes pela liga, diante de Southampton, Coventry, Queens Park Rangers e o postulante ao título Aston Villa. Em todas, o atacante que pouco havia atuado antes daquela temporada balançou as redes, incluindo os dois gols da vitória por 2 a 0 diante dos Villains em 17 de abril que, embora tenha praticamente entregado a liga de bandeja ao rival Liverpool, também serviu para decretar a permanência na elite, ajudado pela derrota do Luton para o Nottingham Forest na véspera.


AS BATALHAS ÉPICAS NA FA CUP


Neil Webb e Earl Barrett disputam a jogada sob os olhares de Mike Milligan e Mark Hughes.

Bem no meio desta sequência veio a semifinal da FA Cup. O adversário era o Oldham, que, embora na segunda divisão, almejava um feito notável: disputar sua segunda final em Wembley na mesma temporada, depois de perder a Copa da Liga para o Forest. Naquele mesmo dia, horas antes, o Crystal Palace havia surpreendido o Liverpool no Villa Park, vencendo por 4 a 3 de virada na prorrogação. O United entraria em campo atento para que a zebra não passeasse também em seu jogo, ironicamente disputado em Maine Road.


Mesmo assim, o Oldham abriu o placar aos cinco minutos, com o zagueiro Earl Barrett. O United empatou com Bryan Robson e virou na metade do segundo com Neil Webb. Mas os Latics tornaram a empatar três minutos depois com Ian Marshall. Como na outra semifinal, houve prorrogação, e Danny Wallace colocou os Red Devils na frente com apenas dois minutos de tempo extra. Mas, outra vez, os vizinhos chegariam ao empate, a sete minutos do fim, com um gol de Roger Palmer, atacante revelado pelos Citizens.


O replay veio três dias depois, novamente em Maine Road. E novamente foi para a prorrogação depois de Brian McClair ter aberto o placar para o United no início do segundo tempo e Andy Ritchie (que começara a carreira no clube, no fim dos anos 70) ter empatado para o Oldham aos 36 minutos. Na prorrogação, o gol que levou o time de Alex Ferguson à decisão só saiu a seis minutos do fim. O autor? Mark Robins.


Mark Robins é saudado pelos torcedores após marcar o gol da vitória contra o Oldham.

Nos quatro últimos jogos da liga, o United só venceu o último, contra o lanterna Charlton, e chegou a ser goleado pelo Nottingham Forest por 4 a 0. Terminou num modesto 13º lugar, somando mais derrotas (16) do que vitórias (13) e com saldo de gols negativo. Mas isso já não importava. Pela primeira vez em cinco anos, o clube vivia a iminência de levantar uma taça relevante no futebol inglês de então. Porém, o Crystal Palace seria um duro rival.


O United entrou em campo com Jim Leighton no gol, Mike Phelan improvisado na lateral-direita (o que já vinha acontecendo com alguma frequência ao longo da temporada), Steve Bruce e Gary Pallister na zaga e Lee Martin na lateral-esquerda. No meio, Neil Webb atuava na armação mais pelo lado direito, com Paul Ince e Bryan Robson pelo centro e Danny Wallace descendo pela ponta esquerda. Na frente, a dupla titular: Mark Hughes e Brian McClair. No banco, o talismã Mark Robins e o curinga Clayton Blackmore.


Mas foi o Palace quem saiu na frente, quando uma cobrança de falta lateral foi alçada para a área e o zagueiro Gary O’Reilly cabeceou, com a bola desviando em Pallister e encobrindo Leighton. O empate do United veio ainda na primeira etapa, quando Brian McClair cruzou da direita e Bryan Robson também usou a cabeça num toque preciso para vencer Nigel Martyn. E a virada chegaria no segundo tempo, com Mark Hughes, depois que a defesa londrina falhou por duas vezes na tentativa de cortar a jogada.


Foi quando o Palace lançou sua carta na manga: o atacante Ian Wright, que mudou a história do jogo. Quase em sua primeira jogada, ele recebeu passe em boa condição, driblou Phelan, limpou Pallister e bateu cruzado para empatar e decretar uma nova prorrogação. E o próprio Wright colocaria os Águias em vantagem no tempo extra, aproveitando um cruzamento de John Salako que Leighton falhou em não pular para interceptar. Mas a sete minutos do fim, Mark Hughes recebeu ótimo passe de Danny Wallace no meio da defesa e empatou para levar a decisão ao replay.



Para o jogo extra, Ferguson promoveu uma alteração corajosa na equipe: trocou de goleiro. Criticado por sua atuação no primeiro jogo, Jim Leighton perdeu seu posto para Les Sealey, arqueiro de 32 anos, que fizera carreira no Coventry e no Luton (pelo qual conquistara a Copa da Liga em 1988), e já havia defendido o United por empréstimo naquela temporada, em dezembro, e que mais tarde fora contratado em caráter emergencial.


O único gol da segunda partida veio aos 14 minutos do segundo tempo, quando Neil Webb fez um lançamento para a esquerda, na direção do lateral Lee Martin, que entrava na área. O camisa 3 recebeu a bola, ajeitou no peito e disparou um chute forte e alto de pé direito, que venceu Nigel Martyn. O Palace não teve forças para reagir mais uma vez, e os Red Devils puderam enfim celebrar a conquista que salvou sua temporada – e, diz a lenda, também o emprego de Ferguson.



Na temporada seguinte, o United ainda terminaria longe que quebrar seu jejum na liga, embora agora oscilasse na parte de cima da tabela, terminando em sexto. Mas levantaria o segundo caneco europeu de sua história ao derrotar o Barcelona por 2 a 1 em Roterdã na final da Recopa, numa edição que marcou a volta dos clubes ingleses às competições europeias com o fim da suspensão pós-Heysel imposta pela Uefa.


Era um indicativo definitivo da recuperação do clube enquanto força. Com Gary Pallister e Paul Ince se firmando no time e outros reforços pontuais sendo trazidos (o lateral Denis Irwin veio do Oldham em 1990, Andrei Kanchelskis, Peter Schmeichel e Paul Parker chegaram em 1991 e o decisivo Eric Cantona em novembro do ano seguinte), a estrutura da equipe já estava pronta para tomar de assalto o futebol inglês. A liga seria perdida no detalhe para o Leeds em 1992. Mas finalmente reconquistada em 1993, depois de 26 anos, e na primeira temporada da atual Premier League. O resto é história.

1.790 visualizações0 comentário
bottom of page