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  • Foto do escritorEmmanuel do Valle

Os 100 anos de Harry Catterick, lendário (mas pouco lembrado) treinador do Everton


Nome lendário do Everton, Harry Catterick esteve ombro a ombro com os outros gigantes treinadores do futebol inglês da década de 1960. Naquele período, venceu exatamente o mesmo número de títulos domésticos de Matt Busby no Manchester United e de Bill Shankly no Liverpool. E conquistou mais vezes a liga naquele decênio do que Bill Nicholson no Tottenham, Don Revie no Leeds ou a dupla Joe Mercer-Malcolm Allison no Manchester City.


O treinador nascido em Darlington (no nordeste inglês, perto da divisa escocesa), em 26 de novembro de 1919 – ou seja, há exatamente um século – também detém outra marca notável: é o técnico que somou mais pontos ganhos na elite inglesa naquela década. Apesar disso, seu nome é intrigantemente pouco citado e celebrado até no próprio país quando os grandes mestres do ofício são lembrados. Fora da Inglaterra é virtualmente desconhecido.

“Um sujeito de aparência tristonha”


A razão está certamente na própria personalidade do treinador. Harry Catterick era introvertido e desconfiava da imprensa. Jamais cortejava a mídia. Raramente dava entrevistas. Durante um tempo, preferiu se expressar apenas por meio de artigos esporádicos no jornal Liverpool Echo, na verdade redigidos por um ghost writer, mas ditados em linhas gerais por ele. “O camarada que busca popularidade tem algo de errado”, costumava dizer.


Parte dessa aversão à imprensa devia-se ao horror de Catterick a que suas soluções táticas e o estilo de jogo de sua equipe fossem expostos aos adversários. Anunciava as escalações sempre em ordem alfabética. E mostrava-se profundamente contrariado com a transmissão dos jogos pela televisão. Em 1964, chegou a pedir aos dirigentes do clube que boicotassem o recém-criado Match Of The Day, lendário programa esportivo da BBC.


O treinador do Everton, que se definia como “um sujeito de aparência tristonha”, tinha no rival Bill Shankly seu extremo oposto em termos de personalidade. O técnico dos Reds era sempre sorridente, articulado e sobretudo um ótimo frasista, o que rendia boas manchetes nos jornais. E tinha ainda uma relação quase paternal com os jogadores e torcedores. Catterick, por sua vez, era sóbrio ao extremo, pragmático, frio e detestava badalação.


Certa vez, porém, ele usou a imprensa em seu favor. Mike Ellis, do The Sun, recebeu um telefonema. Do outro lado da linha – surpresa! – estava Harry Catterick com notícia quente e exclusiva: o meia Howard Kendall, disputado pelos rivais de Liverpool, estava acertado com os Reds, indicando que Shankly levara a melhor sobre ele na briga. Na manhã seguinte, quando o jornal chegava às bancas, Kendall fechava contrato. Com o Everton.


Com o velho rival Bill Shankly em 1975: personagens complementares no futebol de Merseyside.

Catterick também era extremamente exigente e disciplinador em relação a seus comandados. “Como era jogar por ele? Um inferno”, relembra Alex Young, cérebro do time campeão inglês de 1963. Os que se destacavam negativamente nos treinos ou jogos eram levados pelo técnico para uma área atrás de uma das arquibancadas a qual os jogadores apelidaram “Bollocking Room”, algo como “sala da esculhambação”. E voltavam de ouvidos cheios.


Por outro lado, Catterick também sabia reconhecer bons desempenhos. “Ele era um homem muito duro, mas também muito justo e honesto”, relembrou o meia Alan Ball quando da morte do treinador. E sobretudo, era entusiasta do futebol bem jogado, armando seus times sempre no ataque. O resultado disso pôde ser visto desde seu primeiro trabalho como treinador a chamar a atenção, no Sheffield Wednesday, na virada dos anos 50 para os 60.

Em Sheffield, o trampolim para Goodison Park


Assumindo o comando dos Owls no lugar de Eric Taylor em 1958, Harry Catterick levou o time ao título da segunda divisão na temporada 1958-59 e às semifinais da FA Cup na campanha seguinte. Na terceira temporada, fez da equipe a principal perseguidora na liga do fabuloso Tottenham de Bill Nicholson, que faria a dobradinha (até então inédita naquele século). Mas uma discordância com dirigentes do Wednesday levaria à saída do treinador.


Para Catterick, faltava ao time um bom centroavante para poder ter chance naquela briga pelo título. Alguém como Joe Baker, o inglês goleador do Hibernian. Os dirigentes dos Owls, no entanto, se recusaram a pagar o que o clube de Edimburgo pedia por seu homem de frente. O time de Sheffield terminou como vice-campeão, oito pontos atrás dos Spurs – e com o ataque menos prolífico entre os sete primeiros colocados do campeonato.


Sua saída para o Everton em abril de 1961, ainda com a temporada rolando, representava uma chance irrecusável tanto por motivos afetivos – sua carreira de jogador profissional, atrapalhada pela Segunda Guerra Mundial, havia se transcorrido quase toda em Goodison Park – quanto em termos de ambição: o clube era presidido pelo magnata das apostas John Moores, dono da Littlewoods Pools, verdadeiro império do ramo no Reino Unido.


Havia um bom time e dinheiro para gastar. Havia um clube ávido para reafirmar sua grandeza, reconquistando o título que não vinha desde a temporada 1938-39 (a última completa antes da Segunda Guerra) e deixando definitivamente para trás a curta passagem de três temporadas pela segunda divisão na primeira metade dos anos 50. E, agora, havia um treinador com o forte desejo de escrever seu nome na história do futebol inglês.


Seu antecessor, o gentil e cordial Johnny Carey, havia deixado o clube de maneira anedótica, demitido no banco de trás de um táxi em Londres, para onde tinha ido com John Moores a um encontro que discutia o fim do teto salarial para jogadores da liga. Embora Carey tivesse obtido um bom quinto lugar naquela temporada 1960-61, havia dentro do clube a consciência de que era possível buscar algo acima com um treinador mais exigente.

Os “campeões do talão de cheques”


Em sua primeira temporada completa no comando do time, o Everton teve início ruim, com cinco derrotas nos primeiros sete jogos, mas reagiu e terminou uma posição acima da campanha anterior, apenas cinco pontos atrás do surpreendente campeão Ipswich. O bom desfecho na liga em 1961-62 foi mantido na temporada seguinte, quando enfim o título viria, superando até mesmo o inverno mais rigoroso que o Reino Unido viu em séculos.


A equipe herdada de Johnny Carey, já então uma das mais caras do futebol inglês, foi reforçada por Catterick ao longo de 1962 com nomes como o goleiro Gordon West (do Blackpool), o meia Dennis Stevens (do Bolton) e o ponteiro Johnny Morrissey, trazido do rival Liverpool. E já com a temporada 1962-63 em andamento, chegariam o médio Tony Kay (ex-jogador de Catterick no Sheffield Wednesday) e o ponta-direita Alex Scott (dos Rangers).


O treinador e seu timaço campeão de 1963: investimento pago com o título.

Para conquistar o título, o Everton precisou suplantar um surpreendente Leicester, cujos atletas receberam o apelido de “Reis do Gelo” pelos ótimos resultados obtidos em meio à neve do inverno, e também o ainda muito forte Tottenham, o que representou uma revanche pessoal de Catterick após a perda do título de 1961 com o Sheffield Wednesday. Nesta missão, talento não faltou aos Toffees, chamados de “campeões do talão de cheques”.


O time-base começava por Gordon West no gol. O escocês Alex Parker, pela direita, e o irlandês Mike Meagan, pela esquerda, eram os laterais. O sólido Brian Labone – lenda do Everton, único clube o qual defendeu em toda a carreira – era quase intransponível no miolo de zaga. À frente daquele setor, Jimmy Gabriel era o médio-direito, mais defensivo, enquanto Brian Harris (depois substituído por Tony Kay) fazia a função de médio-esquerdo mais apoiador.


A armação de jogadas pelo meio era dividida entre o dinâmico Dennis Stevens (primo de Duncan Edwards, lenda do Manchester United que faleceu na tragédia aérea de Munique) e o elegante capitão Roy Vernon. Na frente, Billy Bingham (ou, mais tarde, Alex Scott) era o drible e o arranque pela ponta-direita, assim como Johnny Morrissey pelo outro lado. E pelo centro jogava Alex Young, apelidado “Golden Vision”, atacante talentoso e com faro de gol.


O título foi confirmado em 11 de maio de 1963, na última rodada completa da liga. O Everton chegou para a partida contra o Fulham em Goodison Park com 59 pontos, cinco a mais que o Tottenham, que, no entanto, ainda tinha mais dois jogos adiados por fazer. Mas a tranquila vitória dos Toffees por 4 a 1 (com direito a hat-trick de Roy Vernon) aliada à derrota de 1 a 0 dos Spurs na visita ao Manchester City selou o sexto título dos azuis de Merseyside.


Catterick e os jogadores do Everton comemoram o título inglês de 1963.

Mesmo campeão, Catterick iniciou uma reformulação na equipe, que pelos três anos seguintes assistiria à saída de Alex Parker, Mike Meagan, Billy Bingham, Dennis Stevens e até o capitão Roy Vernon. Houve ainda uma baixa forçada: acusado de participar de um esquema de manipulação de resultados para a loteria em dezembro de 1962, quando ainda defendia o Wednesday, Tony Kay acabou banido do futebol em 1965 e condenado a alguns meses de detenção.


Por outro lado, aportaram em Goodison Park nomes como o versátil defensor escocês Sandy Brown (Partick Thistle), o lateral-esquerdo da seleção Ray Wilson (Huddersfield) e o atacante Fred Pickering, pelo qual o treinador novamente quebrou a banca, pagando £85 mil ao Blackburn, a soma recorde desembolsada pelos Toffees até então. Diante de tantas mudanças, os resultados demoraram algumas temporadas para aparecer.


Na Copa dos Campeões de 1963-64, é possível dizer que o Everton deu azar no sorteio, que lhe colocou logo na primeira fase frente a frente com a Inter de Milão, esquadrão poderoso dentro das quatro linhas e também nos bastidores. Um empate sem gols em Goodison Park foi seguido pela derrota por placar mínimo no San Siro, com gol do brasileiro Jair da Costa. Os nerazzurri acabariam conquistando o torneio, batendo o Real Madrid na final.


Já no âmbito doméstico, embora o time provasse seu poder de fogo ao golear o Manchester United, campeão da FA Cup, por 4 a 0 na Charity Shield, que abriu a temporada, o desempenho na liga foi bem mais irregular que no ano anterior e incluiu uma pesada de derrota de 6 a 0 para o Arsenal em Highbury, em dezembro de 1963. Ainda assim, a qualidade do elenco deixou o time em terceiro, cinco pontos atrás do rival Liverpool, o novo campeão.


Em 1964-65, os Toffees desceram uma posição, ficando em quarto, 15 pontos atrás do Manchester United. Mas à frente do arquirrival Liverpool, que terminou sua campanha de defesa do título apenas em sétimo. O que lavou a alma dos torcedores do Everton foi a dobradinha de vitórias sobre os Reds – incluindo um histórico 4 a 0 em Anfield, em setembro de 1964, com gols de Derek Temple, Fred Pickering, Colin Harvey e Johnny Morrissey.


A conquista que emergiu da crise


No último dia de 1965, o Everton ocupava uma modesta 12ª colocação na liga e parecia caminhar para mais um ano sem títulos e sem que o time remontado por seu treinador encaixasse. Sem ter feito nenhuma contratação até ali na temporada, fato inusitado em vista da voracidade com que Harry Catterick ia ao mercado de transferências, os Toffees enfim abriram a carteira – mas por um desconhecido: o atacante Mike Trebilcock, do Plymouth.


Mike Trebilcock (segurando a taça, à esquerda): o modesto reforço que decidiu a FA Cup.

A compra do jogador por £23 mil, valor considerado alto para um atleta de clube que brigava contra o rebaixamento para a terceira divisão, foi motivo de críticas por parte da torcida. Mas as coisas ficariam ainda piores para Harry Catterick duas semanas depois, quando ele barrou o ídolo Alex “Golden Vision” Young numa partida contra o Blackpool em Bloomfield Road, escalando no ataque um jovem de 16 anos chamado Joe Royle.


O Everton perdeu por 2 a 0 e se afundou um pouco mais na tabela. Furiosos, os torcedores já gritavam “Táxi para Catterick!”, numa alusão à demissão de Johnny Carey. Alguns mais afoitos chegaram a atacar fisicamente o treinador, empurrando-o ao chão na saída de campo. O episódio – apelidado de “Blackpool Rumble” (ou “A Briga de Blackpool“) pelo historiador do clube David France – também evidenciava que nem com a torcida o técnico fazia média.


A barração de Alex Young naquela partida era, por outro lado, um indicativo do treinador para seu elenco. Embora ídolo, o atacante vinha em má fase, tendo marcado apenas dois gols naquela primeira metade da campanha. Para Catterick, ninguém era insubstituível nem tinha lugar cativo no time se não mostrasse rendimento dentro de campo. E isso ficaria mais uma vez demonstrado quando o time chegou à final da FA Cup naquela mesma temporada.


Nas fases anteriores, o Everton havia superado Sunderland, Bedford Town, Coventry e a dupla de Manchester, City e United (sendo que o primeiro após dois replays), sem que sua defesa fosse vazada nenhuma vez. Na decisão, por coincidência, o adversário seria o Sheffield Wednesday, ex-clube de Harry Catterick e que assim como os Toffees voltava a uma decisão da taça após mais de 30 anos. Foi quando o treinador decidiu mexer no time.


Na véspera do jogo, após o almoço, Mike Trebilcock foi chamado no quarto do treinador. “Subi e fiquei surpreso de ver Fred Pickering, Sandy Brown e Tommy Wright também por lá”, relembra o primeiro jogador afrodescendente a defender os Toffees. A pequena reunião era para anunciar as mudanças: Pickering, atacante de seleção inglesa, estava barrado pelo jovem vindo do Plymouth. E Wright entraria na lateral no lugar do titular Brown.


Quando o time pisou o gramado de Wembley, nenhum torcedor entendeu nada. E quando logo aos quatro minutos o Sheffield Wednesday abriu o placar, a perplexidade começava a dar lugar à fúria. Os Owls ainda ampliariam aos 12 da etapa final. Mas quase em seguida, a mudança no ataque começou a se justificar. Trebilcock, que não chegara a cumprir meia dúzia de jogos pelo time principal naquela temporada até ali, descontou.


Cinco minutos depois, o mesmo Trebilcock, cujo nome sequer era citado nos programas vendidos antes da final, apanhou uma rebatida da defesa do Wednesday e, da linha da grande área, disparou um chutaço, quase um sem pulo, que morreu nas redes do experiente goleiro Ron Springett. E não pararia por aí: aos 29, o ponta Derek Temple aproveitaria um escorregão de Gerry Young para arrancar e decretar a virada histórica do Everton.


Dois anos depois, o Everton voltaria à decisão da FA Cup, outra vez com um time bastante alterado: apenas o goleiro Gordon West, os laterais Tommy Wright e Ray Wilson e o zagueiro e capitão Brian Labone haviam atuado na final de 1966. Desta vez, porém, os Toffees foram batidos pelo placar mínimo (gol de Jeff Astle no início da prorrogação) por um West Bromwich Albion o qual haviam goleado por 6 a 2 em Hawthorns no confronto anterior pela liga. Mas a nova revolução traria dividendos.


O segundo grande esquadrão em Goodison Park


A nova equipe forjada por Catterick era talvez ainda melhor que a campeã de 1963. E depois de terminar num bom terceiro lugar, atrás apenas de Leeds e Liverpool, na temporada 1968-69, reconquistaria o título da liga na campanha seguinte. Na defesa, Brian Labone ganhava um novo parceiro, John Hurst, centroavante convertido em zagueiro e cria da base. E Sandy Brown voltava à lateral-esquerda com a saída de Ray Wilson.


Mas era no meio-campo que um novo coração batia em Goodison Park. O trio formado pelo campeão mundial Alan Ball (trazido do Blackpool em 1967), pelo dinâmico Howard Kendall (aquele vindo do Preston citado no início do texto) e pelo habilidoso Colin Harvey (produto da cada vez mais prolífica base do clube) se tornaria lendário. Combinava-se à perfeição e esbanjava talento. Viraria a “Holy Trinity”, ou “Santíssima Trindade” dos Toffees.


Na frente, outra prata da casa brilhava no lugar dos antigos ídolos badalados Alex Young e Fred Pickering: um certo Joe Royle, aquele mesmo jovem cuja escalação no lugar de Young provocara a ira da torcida em Blackpool em janeiro de 1966. Agora com 20 anos, revelava-se um goleador, anotando 23 tentos na campanha do título. Pelos flancos, Jimmy Husband, também cria da base, atuava pela direita e o veterano Johnny Morrissey pela esquerda.

A campanha foi quase irretocável. O time somou 66 pontos – nove à frente do Leeds e 11 do Chelsea – e ficou a um de igualar o recorde estabelecido pelo Whites na temporada anterior. Mas venceu mais jogos que aquela equipe de Don Revie (29 contra 27). A conquista foi selada ainda no início de abril, com vitória por 2 a 0 sobre o West Bromwich Albion em Goodison Park – o título levantado mais cedo no futebol inglês pós-Segunda Guerra.


O fabuloso elenco do Everton de 1970: campeão com autoridade.

Aquela equipe seria ainda a que mais cedeu jogadores para a seleção inglesa na Copa do Mundo de 1970, considerada ainda mais forte do que a campeã em 1966. Tommy Wright, Keith Newton (lateral contratado do Blackburn durante a temporada e que na reta final barrou Sandy Brown), Brian Labone e Alan Ball foram ao México. Colin Harvey e Joe Royle ficaram na lista dos standby. E o goleiro Gordon West só não embarcou porque recusou a convocação.


O fim da carreira e da vida


O timaço de 1970, no entanto, teve rápido declínio. Na temporada seguinte, não passou de um decepcionante 14º lugar na liga. E caiu nas quartas de final da Copa dos Campeões, eliminado nos gols fora de casa pelo Panathinaikos após dois empates. A lesão que encerraria a carreira de Brian Labone e a venda, em dezembro de 1971, de Alan Ball ao Arsenal distanciariam ainda mais o time de seu auge, o que viria a afetar até a saúde do treinador.


Em 5 de janeiro de 1972, ele sofreu um infarto em Sheffield, voltando de Hillsborough, onde tinha ido assistir a um dos jogos da épica semifinal da Copa da Liga entre Stoke e West Ham. Passou duas semanas internado e só voltou a dirigir o Everton na reta final da campanha. Preocupado, o clube ofereceria a Catterick em abril do ano seguinte sua mudança a um cargo executivo no clube, e ele aceitaria, encerrando seu ciclo no comando do time.


Comemorando a vitória na FA Cup de 1966: figura emblemática de uma era gloriosa em Goodison Park.

O Everton, no entanto, não seria o último clube dirigido por ele. Em agosto de 1975, ele aceitou uma proposta do Preston North End, no qual ficaria até maio de 1977. Em seguida, tornaria-se olheiro do Southampton. Mas permaneceria ligado aos Toffees até a morte: em 9 de março de 1985, aos 66 anos, ele sofreria novo infarto, agora fatal, nas tribunas de Goodison Park, enquanto assistia a um jogo contra o Ipswich pela FA Cup.


Aquela partida terminou 2 a 2. No replay, em Portman Road, os atletas do Everton usaram braçadeira preta em luto pelo velho comandante. Venceram por 1 a 0. Naquela temporada, aliás, os Toffees retomariam o caminho das glórias perdido desde a era Catterick: venceriam com folga a liga, encerrando jejum de 15 anos, e levantariam a Recopa europeia. Tudo sob o comando de Howard Kendall, pupilo do velho treinador no time de 1970.

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