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  • Foto do escritorEmmanuel do Valle

Os 70 anos de Peter Shilton, referência de segurança e longevidade no gol inglês


Na carreira de jogador de futebol, atravessar quatro décadas é para poucos. Manter-se em alto nível, reconhecido como um dos grandes de seu país e até mesmo do mundo por tanto tempo é ainda mais raro. Por isso Peter Shilton, que completou 70 anos na última quarta-feira, é um nome emblemático. Além de ter se feito ídolo em todos os principais clubes em que jogou – Leicester, Stoke, Nottingham Forest, Southampton e Derby County – durante quase 20 anos (e mais de uma centena de partidas) também exibiu segurança e eficiência no gol da seleção inglesa.

Em sua trajetória, Shilton teve muitos pontos em comum com Banks: despontaram no Leicester (embora o campeão do mundo tenha começado no Chesterfield), trocaram os Foxes pelo Stoke e durante muito tempo foram donos do gol da seleção inglesa e referência mundial na posição. Foram também companheiros de clube: Banks era o dono da camisa 1 em Filbert Street quando Shilton subia fulminante da base como um prodígio.


Eram, no entanto, goleiros de estilos bem diferentes. Se Banks era mais intuitivo, tendo como trunfos a coragem e os reflexos, Shilton era um perfeccionista que se destacava pelo posicionamento, pela segurança nas saídas do gol, pela agilidade na recuperação, pela boa leitura das jogadas adversárias e pela perícia em lances de um contra um. Qualidades notadas exatamente por Banks, quando o jovem Shilton defendia a base do Leicester.


O jovem Shilton e seu ídolo e mentor, Gordon Banks

Nascido em Leicester em 18 de setembro de 1949, Peter Leslie Shilton já era um talento precoce nas equipes juvenis do clube pelo qual torcia. A ponto de os Foxes apressarem a venda do titular Gordon Banks, que havia acabado de se colocar como um dos destaques da Copa do Mundo que conquistara com a Inglaterra, cerca de 12 meses após a estreia de Shilton no time de cima, com apenas 16 anos, num jogo contra o Everton em maio de 1966.



Banks seguiu para o Stoke, e o garoto Shilton herdou a camisa 1, assumindo a titularidade do gol do Leicester na temporada 1967-68. Nela, ele chamaria a atenção por outro motivo: marcaria um gol chutando da própria área na vitória de 5 a 1 sobre o Southampton, em outubro de 1967. Sua reposição de bola cruzaria todo o campo de Filbert Street e encobriria o mal posicionado goleiro adversário Campbell Forsyth.


Mas a campanha mais marcante do Leicester com Shilton sob as traves foi o caminho até a decisão da FA Cup de 1969. Após eliminar Barnsley e Millwall, os Foxes cruzaram com o Liverpool na sexta fase (equivalente às oitavas de final). Um 0 a 0 em Filbert Street deixou a equipe precisando definir sua vida no torneio em Anfield. Mas o Leicester não tremeu: Andy Lochhead abriu o placar no primeiro tempo. E o resto ficou por conta de Shilton.


Cinco minutos depois do gol, o Liverpool teve um pênalti a seu favor após um toque de mão de um defensor do Leicester na área, em frente à famosa Kop, o setor da arquibancada que criava todo o clima de caldeirão em Anfield. O zagueiro Tommy Smith pegou a bola, tomou posição e disparou um de seus habituais coices no canto direito do goleiro. Mas Shilton, que havia estudado suas cobranças, voou e espalmou. E classificou os Foxes.


Depois de passar pelo Mansfield Town (clube da terceira divisão que eliminara o West Ham) e, em seguida, pelo West Bromwich Albion detentor do título no campo neutro de Hillsborough, o Leicester foi à final pela terceira vez naquela década, tentando seu primeiro título. Desta vez, contra a forte equipe do Manchester City, então o atual campeão inglês. Shilton, porém, não teve como evitar mais uma decepção, com a derrota por 1 a 0.


A perda da FA Cup veio numa temporada muito turbulenta, que viu ainda a saída do lendário técnico Matt Gillies, após se desentender com a diretoria sobre a demissão de seu auxiliar Bert Johnson, e a tristeza do rebaixamento, encerrando um período de 12 temporadas consecutivas na elite inglesa, ainda hoje o maior da história do clube. Mas o prestígio de seu promissor goleiro titular no meio futebolístico do país seguiria inabalado.


Por essa época, Shilton já vinha sendo incluído em convocações da seleção inglesa. Esteve, por exemplo, no Brasil quando a equipe de Alf Ramsey veio enfrentar o time de João Saldanha no Maracanã. Ficou no banco. Também foi ao México no ano seguinte, presente entre os 28 atletas na reta final de preparação da Inglaterra para a Copa do Mundo, mas acabaria cortado quando o elenco foi enxugado para os 22 inscritos da lista final.


Após o Mundial, Alf Ramsey descartaria de vez os goleiros reservas que haviam ido ao México: Peter Bonetti, do Chelsea, e Alex Stepney, do Manchester United, nunca mais atuariam pela seleção. Se Banks – ausente por problemas intestinais do jogo contra a Alemanha Ocidental que decretou a eliminação inglesa – seguiria como titular, o treinador decidiu logo no primeiro jogo após a Copa que Peter Shilton, 21 anos, era o futuro.


Shilton no início dos anos 70: estabelecendo-se na seleção.

O arqueiro do Leicester iniciaria sua carreira de quase 20 anos na seleção principal na vitória por 3 a 1 sobre a Alemanha Oriental num amistoso em Wembley, em 25 de novembro de 1970. Nos dois anos seguintes, atuaria em duas partidas cada. Mas sua conquista definitiva da camisa 1 do English Team só se daria após um acontecimento trágico, lamentado por toda a nação: o acidente automobilístico sofrido por Gordon Banks, em outubro de 1972.


Com a carreira do goleiro campeão mundial forçosamente encerrada aos 34 anos, Shilton seria alçado ao posto de seu substituto natural. Entre aquele mês de outubro de 1972 e maio de 1974, ele seria o titular da seleção inglesa por 16 partidas consecutivas. Mas logo em sua primeira competição, ele amargaria um revés: a queda nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1974, após o empate com a Polônia em Wembley por 1 a 1.



A desclassificação levaria à saída de Alf Ramsey do comando do English Team após 11 anos, sendo substituído interinamente por Joe Mercer, ex-técnico do Manchester City. Entre esse período de transição e a chegada do próximo treinador da Inglaterra, o controvertido Don Revie, ex-Leeds, Shilton perderia sua titularidade na seleção para o ascendente Ray Clemence, goleiro do Liverpool campeão inglês de 1973.


O talento precoce de Shilton fez com que desde o início de sua carreira, antes mesmo de assinar com o Leicester, ele fosse cobiçado por outros clubes – entre eles alguns gigantes do país. Mais de uma vez, times como Manchester United, Arsenal, Everton, Derby County e West Bromwich Albion tiveram rejeitadas as altas quantias oferecidas aos Foxes para contratá-lo. Mas em meados de 1974, Shilton decidiu que era o momento de deixar o clube.


Em novembro, foi vendido ao Stoke City por £325 mil, quebrando o recorde de transferências dos Potters e estabelecendo o maior valor pago no mundo por um goleiro. Mas Shilton mostrou resultados imediatos. Apenas dez dias após sua chegada, o time alcançava o topo da tabela, ao bater os próprios Foxes por 1 a 0. Além de agregar qualidade ao elenco experiente, reforçava uma defesa que sofria muitas baixas por lesão.


No Stoke, quase o primeiro título

O Stoke seguiu na briga pelo título inglês – algo que não acontecia desde a primeira temporada após a Segunda Guerra Mundial – até as últimas rodadas. Foi uma disputa de equilíbrio incrível: no primeiro fim de semana de abril de 1975, quatro times ocupavam a liderança com 47 pontos, e os Potters eram um deles (ainda que com um jogo a mais), ao lado de Liverpool, Everton e Derby, tendo ainda o Ipswich vindo logo atrás com 46.


Com Shilton em ótima forma, o Stoke vinha de derrotar Liverpool (2 a 0) e Chelsea (3 a 0), e tinha chances reais de levantar seu primeiro título. Mas tropeçou nos três últimos jogos: perdeu para o Sheffield United e empatou com Newcastle e Burnley, até despencar para a quinta posição. Para piorar, uma forte tempestade em janeiro de 1976 arrasaria o estádio de Victoria Ground, forçando o clube a vender jogadores para pagar os reparos.


Assim, mesmo com os esforços de seu grande goleiro, não foi surpresa que, dois anos após chegar muito perto de seu primeiro título, o agora enfraquecido e inexperiente time do Stoke fosse rebaixado ao fim da temporada 1976-77. Shilton chegaria a fazer três jogos com os Potters na segunda divisão, mas logo seria resgatado pelo ambicioso Nottingham Forest de Brian Clough e Peter Taylor, que o definiu como “um goleiro que ganha jogos”.


No City Ground, entretanto, ele se tornaria mais: um goleiro que ganha títulos. Seria fundamental na conquista histórica da liga pelo Forest com campanha irretocável. Nas 37 partidas em que atuou, Shilton sofreu apenas 18 gols. No jogo que confirmou a conquista com quatro partidas de antecedência, diante do Coventry em Highfield Road, ele garantiria o empate em 0 a 0 que valeu o ponto necessário com uma atuação monstruosa.



Em meio a tantas defesas espetaculares naquele jogo, uma se destacou e passou a ser tida como a maior da carreira do goleiro: o cruzamento de Ian Wallace da direita veio na medida para a cabeçada de Mick Ferguson, na pequena área, à queima-roupa, forte, precisa e pegando Shilton quase no contrapé. Mas o goleiro cresceu na frente do atacante dos Sky Blues e, no reflexo, espalmou para cima do gol. Foi a defesa do título.


Shilton ficaria de fora do outro título do clube naquela temporada, o da Copa da Liga, por já ter atuado pela competição ainda quando defendia o Stoke. Mas seria presença de destaque nas principais conquistas daquele timaço no fim dos anos 70. A primeira da Copa dos Campeões já teve início com a épica batalha doméstica diante do Liverpool, na qual Shilton fez grandes defesas – a maior delas num chute de Kenny Dalglish em Anfield.


Na semifinal, acusado de falhar em dois gols do Colônia nos 3 a 3 do City Ground, respondeu com uma atuação muito segura, tranquila e liderando o sistema defensivo na vitória por 1 a 0 no jogo de volta na Alemanha Ocidental, com destaque para a defesa num chute da intermediária do lateral Harald Konopka perto do fim do jogo. Na final, outro 1 a 0 diante do Malmö, Shilton foi pouco acionado, tamanho o domínio do Forest.


No ano seguinte, o goleiro voltaria a receber críticas pelo gol de Andy Gray, dos Wolves, que impediu o tricampeonato do Forest na Copa da Liga em Wembley. Uma falha de comunicação entre Shilton e o zagueiro David Needham fez com que os dois se chocassem, deixando a bola limpa e a meta vazia para que o centroavante dos Wolves conferisse e derrotasse os favoritos. Mas ele outra vez se reabilitaria, e no melhor dos palcos.


Na final da Copa dos Campeões de 1980, em Madri, Shilton teria pela frente o Hamburgo de seu velho conhecido Kevin Keegan, na época detentor do prêmio de Jogador Europeu do Ano pelas duas temporadas anteriores. Mas, mesmo atuando à base de anestésicos para superar a dor de uma lesão na panturrilha, o camisa 1 do Forest foi brilhante, detendo uma falta cobrada por Magath e chutes perigosos de fora da área de Milewski e Nogly.


A excelente forma fez com que Shilton voltasse a ser olhado com mais atenção pela seleção. Se durante a Era Don Revie ele havia sido largamente preterido pelo camisa 1 do Liverpool, Ray Clemence (que atuou em 25 partidas do English Team sob o comando do treinador, contra apenas três de Shilton), seu desempenho havia convencido o novo técnico, Ron Greenwood, a iniciar um revezamento na posição, ainda que tímido.


Após uma ausência de 10 anos, a Inglaterra voltou a se classificar para um grande torneio ao disputar a Eurocopa de 1980. Shilton foi um dos convocados e entrou em campo no segundo jogo do grupo, contra a anfitriã Itália (que venceu por 1 a 0). Os ingleses caíram na primeira fase, mas Greenwood seguiu no cargo para as Eliminatórias do Mundial de 1982 e manteve o rodízio, que incluía também o arqueiro do Manchester City, Joe Corrigan.


No jogo que valeu a classificação à Copa – 1 a 0 sobre a Hungria em Wembley – era Shilton quem estava sob as traves. Como também era ele o camisa 1 nas duas partidas mais importantes da preparação às vésperas do Mundial, contra Holanda e Escócia. Indicativos de que ele era o mais cotado a ser o titular, o que acabou acontecendo. E com boa resposta do arqueiro, que só foi vazado uma vez na Espanha, na estreia diante da França.



Shilton atuou nos cinco jogos da Inglaterra naquela Copa. O time de Ron Greenwood caiu invicto, com três vitórias na primeira fase (3 a 1 nos franceses, 2 a 0 na Tchecoslováquia e 1 a 0 no Kuwait) e dois empates na segunda (ambos em 0 a 0 contra Alemanha Ocidental e a anfitriã Espanha). Mas a vitória dos alemães sobre os espanhóis alijou o English Team das semifinais. Seu goleiro, porém, voltou em alta, como novo dono absoluto da posição.


O pós-Copa de 1982 também significou uma mudança de ares para Shilton. As temporadas 1980-81 e 1981-82 haviam representado um verdadeiro anticlímax para o Nottingham Forest após o período repleto de conquistas, e o goleiro também enfrentava problemas pessoais como o vício em jogos de azar (que o acompanharia ao longo da vida) e uma condenação por dirigir alcoolizado (que acabou, por tabela, revelando um caso extraconjugal).


Em agosto de 1982, ele deixaria o Forest seguindo para o Southampton, treinado pelo igualmente ambicioso Lawrie McMenemy, que dois anos antes havia causado sensação no futebol inglês ao repatriar Kevin Keegan. Nos Saints, Shilton não levantaria nenhum troféu, mas deixaria seu nome na história do clube ao atuar em todas as partidas da campanha do vice-campeonato inglês em 1983-84, a melhor colocação de sua história na liga.


No Southampton, fundamental no vice da liga inglesa em 1984.

Na mesma temporada, a equipe ainda esteve perto de chegar à decisão da FA Cup, mas um gol de Adrian Heath a três minutos do fim da prorrogação deu a vitória e a vaga ao Everton. Dois anos depois, o Southampton voltaria a ser batido no tempo extra numa semifinal do torneio, desta vez diante do Liverpool com dois gols de Ian Rush. Entre ambas, o clube ainda conseguiu outra boa colocação na liga com um quinto lugar em 1984-85.


E seria como atleta do Southampton que Shilton disputaria a segunda Copa do Mundo da carreira, a de 1986, no México. Na estreia, ele não conseguiria evitar a derrota por 1 a 0 para Portugal. No jogo seguinte foi pouco acionado, mas a Inglaterra parou no 0 a 0 com o Marrocos e ficou numa situação difícil, da qual só saiu com a vitória categórica de 3 a 0 sobre a Polônia, que valeu a vaga nas oitavas de final como a segunda colocada do grupo.



Na etapa seguinte, com os 3 a 0 diante do Paraguai, o goleiro completou seu terceiro jogo seguido sem ser vazado. Mas diante da Argentina nas quartas de final, ele sofreria dois gols que entrariam, cada um por um motivo, para a história dos Mundiais. Ambos de Maradona. O primeiro, marcado com um soco na bola, o que deixaria Shilton enfurecido. E o segundo, fazendo fila nos adversários – até o goleiro inglês acabaria driblado.


Shilton continuaria na seleção e como titular após a Copa. Também seguiria no Southampton, mas só por mais uma temporada. Em julho de 1987, embarcaria nos planos de reerguer o Derby County, que entrara em declínio técnico e financeiro após vencer dois títulos ingleses nos anos 70, chegando a cair para a terceira divisão em 1984, mas que agora havia sido comprado pelo controverso magnata das comunicações Robert Maxwell.


Quando chegou ao Baseball Ground (junto com o zagueiro Mark Wright, seu colega de seleção e de Southampton), os Rams haviam acabado de conquistar o título da segunda divisão, voltando à elite inglesa após sete anos. Na primeira temporada, o time só tratou de evitar a queda, mas na seguinte alcançaria um ótimo quinto lugar, sua última grande campanha na divisão principal, na qual chegou a derrotar duas vezes o campeão Arsenal.


Já quase quarentão, Shilton seguia em grande forma no Derby.

Do fim dos anos 80 em diante, a longevidade de sua carreira levou Shilton a quebrar inúmeros recordes. Em 30 de abril de 1988, atuando pelo Derby, ele alcançou a marca de 825 partidas pela liga, que pertencia a Terry Payne. Em 3 de junho do ano seguinte, na vitória da Inglaterra sobre a Polônia por 3 a 0 pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, ele alcançou também os 108 jogos pela seleção, recorde que pertencia a Bobby Moore.


Shilton chegaria ao Mundial da Itália em grande forma, depois de passar as Eliminatórias inteiras sem ter sido vazado nenhuma vez. E alcançaria as semifinais com a Inglaterra, após terminar em primeiro na fase de grupos, à frente de Irlanda, Holanda e Egito, e superar a Bélgica (num duelo com outro grande goleiro de seu tempo, Michel Preud’Homme) nas oitavas de final e a surpreendente seleção de Camarões nas quartas.


Nas semifinais, diante da Alemanha Ocidental, o goleiro deu azar no chute de Andreas Brehme que resvalou em Paul Parker e o encobriu, tomando o caminho das redes. Mas a Inglaterra chegou ao empate com Lineker e levou o jogo para as penalidades. O primeiro a cobrar pela Alemanha foi o mesmo Brehme – de quem Shilton havia defendido um pênalti em 1985, numa vitória inglesa por 3 a 0 em um torneio preparatório no México.


Mas tanto o jogador alemão quanto todos os seus compatriotas converteram, enquanto os ingleses Pearce e Waddle desperdiçaram, pondo fim à esperança de levar os Three Lions de volta a uma final de Copa. A decisão do terceiro lugar, contra a anfitriã Itália, marcaria a despedida de Shilton da seleção, mas ele falharia ao perder para Roberto Baggio uma bola recuada, num lance que culminaria no primeiro gol italiano, na vitória da Azzurra por 2 a 1.


De qualquer forma, o goleiro de 40 anos deixaria aquela Copa com duas marcas importantes: completara 125 partidas pela Inglaterra, então um recorde para a seleção e também para um goleiro no futebol mundial. E chegara a um total de dez jogos sem sofrer gols em suas 17 partidas nos três Mundiais dos quais participara, números que só seriam igualados pelo francês Fabien Barthez em 2006.


Retornando da Copa, teria outro dissabor: o terceiro rebaixamento da carreira, ao fim da temporada 1990-91, com um Derby County enfrentando muitos problemas extracampo, que culminariam com a venda de seus principais jogadores. E o próprio Shilton também deixaria o clube em 2 de março de 1992, aos 42 anos, aceitando uma proposta para ser player-manager no Plymouth Argyle, no que seria sua única experiência como treinador.


A passagem durou dois anos e não foi bem-sucedida. Shilton, que chegara a se concentrar apenas em ser treinador no Plymouth, voltou a jogar e rodou por diversos clubes, em alguns deles sem nem entrar em campo. Até chegar ao Leyton Orient em 1996. Pelo time londrino, estabeleceria outro recorde ao disputar sua milésima partida pela liga, num jogo contra o Brighton. Ao todo, chegaria a 1005, encerrando a carreira no ano seguinte, aos 47 anos.



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